O Bloco K do Sped Fiscal tem causado discussão no meio contábil. A polêmica gira em torno do rigor do governo em fiscalizar estoques e produção nas empresas, exigindo um trabalho cada vez mais minucioso tanto do departamento contábil quanto do operacional. Por parte do empresariado, a discussão maior é entorno da abertura de dados confidenciais de sua produção, passando pela dificuldade no mapeamento dos processos. Já para a área contábil, o maior desafio é conscientizar o empresariado da importância desta tarefa. Neste artigo, vamos entender todos os pontos e esclarecer as principais dúvidas sobre o Bloco K.
O que é?
Atualmente as empresas fabricantes de produtos são obrigadas a manter o Livro de Controle de Produção e Estoque e, este documento, que pode ser físico, só é solicitado em caso de fiscalização. Com o novo Bloco K, torna-se obrigatória a digitalização das informações presentes no livro devendo ser enviado mensalmente à Receita Federal. Com isso, o governo tem acesso e controle a todo processo produtivo das empresas.
Quais são os dados obrigatórios no Bloco k?
Os mesmos dados contidos no Livro de Controle de Produção e Estoque, que são:
- Insumos utilizados
- Ordem de produção
- Perda de produção
- Ficha técnica dos produtos
- Produtos finalizados
Só que agora com novo nível de detalhe e novas regras
Objetivo do Governo e impacto nas empresas
O Estado está cada vez mais automatizado para cruzar dados e identificar possíveis sonegações. Como arrecadação é preciosa para manter a máquina governamental funcionando, é natural que os controles sejam cada vez mais estreitos. O Bloco K é apenas mais uma etapa, que começou em 2009 com o Sped, também muito comentado em sua implantação.
A polêmica em torno da mudança torna-se mais evidente nas empresas que não têm um processo organizado e digitalizado. Quem já possui um planejamento, terá pouco impacto com a nova regra. Com isso, torna-se inerente às organizações o uso de uma solução automatizada que permita agilidade na busca de informações e no cruzamento de dados.
Por onde começar
Se a empresa não tem nenhum processo mapeado, para se adequar ao Bloco K ela obrigatoriamente terá que começar do zero, mapeando todo seu processo produtivo, movimentação de estoque, perdas, movimentação entre terceiros, inventário, compras e vendas. Absolutamente tudo, deve ser levado em conta, só assim será possível atender as exigências. Com a regra começando a valer em janeiro de 2016, é preciso correr para se adequar, e a dica para quem já possui as informações digitalizadas é: comece a operar desde já com a nova regra. Assim, quando ela se tornar obrigatória todos estarão acostumados.
Quais são as multas?
Quem não entregar os dados ou entregá-los incompletos, estará sujeito à multa de 1% do valor total do estoque do período. Ou ainda, se houver inconsistência nas informações, a multa chega a 150% do valor do imposto devido.
O processo só será doloroso para quem não se preparar. É uma grande oportunidade para as companhias reverem seus métodos, identificando erros e acertos, ajustando produção e quem sabe até economizando. Às vezes é preciso que uma exigência como essa aconteça para sair do automático, olhando para dentro da organização.
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