Tecnologia na área tributária: conformidade eficaz e baixa de estresse

A carga tributária no Brasil, no ano de 2018, bateu em 35,1% do PIB, maior índice desde 2008, ano do recorde histórico de 35,8%. É uma carga elevada mas menor do que a carga de alguns países europeus, como Alemanha, França e Itália, cuja carga tributária, em percentual sobre o PIB, está acima de 40%.

Considerando, no entanto, a relação média lucro/carga tributária das empresas, o Brasil está entre os últimos colocados. Tanto o contribuinte pessoa jurídica, quanto o contribuinte pessoa física, não têm um retorno dos governos à altura dos tributos que recolhem. O custo para suprir as mazelas do Estado, em infra-estrutura, logística, segurança, entre outras, consomem o lucro das empresas, fazendo despencar a relação lucro/carga tributária. É o chamado e tão conhecido “custo Brasil”.

Outra componente do “custo Brasil” é o custo de conformidade (cost to comply) ou o quanto as empresas gastam para cumprir suas obrigações fiscais. Nos últimos dez anos, o Fisco brasileiro investiu pesadamente em tecnologia com o objetivo primário de aumentar a arrecadação (ao inibir a sonegação), e o objetivo secundário de reduzir o custo de conformidade, através da unificação e automação das obrigações fiscais. De um lado, a arrecadação foi preservada e até aumentou no período recente (11,5% entre 2015 e 2018) de retração econômica, de outro, o contribuinte pessoa jurídica experimentou uma redução do esforço de atendimento ao Fisco, menos por mérito deste e mais como resultado dos investimentos em tecnologia para acompanhar o aparelhamento da entidade arrecadadora.

Ricardo Funari, diretor comercial da Synchro, aponta que essa queda deve-se ao uso intensivo e contínuo de tecnologia para dar mais eficiência aos processos de conformidade. “As entidades arrecadadoras, com destaque para a Receita Federal, usam intensamente a tecnologia. As empresas precisam acompanhar esse movimento para cumprir a suas obrigações.”

“O que fazemos na Synchro é acompanhar essas evoluções, tanto legais quanto tecnológicas, para oferecer às empresas soluções inovadoras e eficientes. Afinal, o contribuinte não será beneficiado se apenas o Fisco fizer uso da tecnologia”, explica Funari.

Outro dado que confirma o elevado custo de conformidade é número de profissionais dedicados às tarefas fiscais. No Brasil, cinco em cada mil pessoas trabalham no setor, enquanto nos EUA é de um a cada mil.

Para exemplificar a necessidade de tantas pessoas envolvidas, Funari usa como exemplo um supermercado com 100 lojas que a cada mês deve entregar 100 arquivos de EFD ICMS/IPI, ou seja, um para cada loja. “Considerando que são necessárias duas horas para gerar, validar e transmitir um arquivo, são necessárias 200 horas de trabalho para o atendimento mensal desta obrigação. Não há como dar celeridade e precisão a este processo sem uma solução sistêmica”.

Desafios tributários
A reforma tributária é um assunto de 30 anos que continua nos debates e no papel. O que avançou nos últimos 10 anos foram a automação e a eficiência, sem nenhuma simplificação tributária. Para Funari, o momento atual é positivo, pois o país está mobilizado para essa simplificação. “Se os 10 anos recentes foram a década da automação, trabalharemos para que os 10 anos seguintes sejam a década da simplificação. Tanto a PEC 45/2019 (Câmara) a PEC 110/2019 (Senado) propõem a substituição, respectivamente, de 9 e de 5 tributos, pelo IBS, ou Imposto sobre Bens e Serviços. Não é difícil perceber o benefício potencial de ambas as propostas”

Mas há um alerta a fazer: A PEC 110 prevê um período de transição de 6 anos, enquanto que, na PEC 45, este período chega a 10 anos. Durante este período, haverá a coexistência do regime atual e do regime futuro. “A tecnologia será ainda mais necessária para suportar esta mudança, com eficiência e sem perda de conformidade”, afirma Funari.
Tecnologia para eficiência dos negócios e bem-estar dos funcionários

Por conta de toda essa complexidade, a área fiscal é conhecida pelo elevado nível de estresse profissional. Funcionários da área apresentam, com preocupante frequência, risco de desenvolver depressão e estresse.
“Em épocas de fechamento, os profissionais da área fiscal, em muitas empresas, incorrem em relevante quantidade de horas extras, necessárias quando da insuficiência de headcount”, explica Funari.

A tecnologia também favorece o processo nessa questão. Funari conta que a Synchro possui soluções que permitem o fechamento diário, ao longo do mês. Em outras palavras, a tecnologia pode diminuir o trabalho manual e, por consequência, o estresse profissional. “A antecipação de validações, via de regra realizadas somente ao final do mês, permite diluir o trabalho de correção e ajustes, reduzindo o risco de perda da janela de entrega e aliviando a carga de trabalho”, conclui.

Conclusão
Seja para simplificar o processo de cumprimento das obrigações, ou a adaptação aos novos tempos pós reforma, ou ainda, para garantir o bem-estar dos profissionais, a tecnologia tem um papel fundamental no setor tributário fiscal. Aqui também, a transformação digital é um caminho sem volta.

Sobre o autor

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipisicing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute irure dolor in

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Siga nosso blog

Digite seu email para acompanhar nosso blog e receber notificação de novos conteúdos.