Pink tax e o seu impacto em produtos femininos

O universo feminino é um dos mais badalados e custosos do mundo. Grifes e marcas faturam bilhões por ano com lançamentos de roupas e produtos feitos exclusivamente para elas. Tudo cuidadosamente pensado para justificar preços mais elevados em relação aos produtos masculinos. O que muitas pessoas não sabem é que essa diferenciação de valores não está atrelada ao processo de fabricação, mas sim ao sobrepreço, também chamado de pink tax.

O “imposto rosa” acompanha o dia a dia de todas as mulheres do Brasil e do mundo. Uma pesquisa realizada há algum tempo pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em parceria com o InSearch, referência em estudos de mercado, constatou que elas pagam, em média, 12,3% a mais pelos mesmos itens ofertados ao universo masculino.

E essa diferenciação também é nítida nos serviços. Cortes de cabelos, depilação e, até mesmo, atividades de transporte exclusivamente femininas chegam a ser 27% mais elevados. Além disso, a pesquisa destaca que meninas com até 3 anos de idade utilizam roupas 23% mais caras.

No Reino Unido, o jornal The Times, um dos mais tradicionais veículos britânicos, realizou um levantamento similar ao desenvolvido pela ESPM, e foi constatado que produtos para as mulheres custam, em média, 37% a mais em shopping centers e supermercados, quando comparados aos masculinos.

 

Por que é tudo mais caro para a mulher?

Para a indústria, o fenômeno do pink tax se baseia em duas frentes: no estereótipo de que mulheres são mais consumistas e na produção dos itens para este público traduzir a ideia de inclusão de gênero. Mas ambas as justificativas não se sustentam na esfera de análise mercadológica.

Há diversas pesquisas que apontam características de objetos semelhantes para ambos os gêneros, com finalidades e processos de composição idênticos, tendo como exceção somente a cor. De fato, não há algo que justifique, com clareza, os reais motivos desta maior incidência tributária sobre o consumo feminino.

 

O que diz a Lei?

Os debates ainda estão em processo embrionário no Brasil. Tramita, na Câmara dos Deputados, um projeto que estabelece alíquota zero de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para absorventes femininos.

Agora em 2021, foi criado um Projeto de Lei (PL) no Senado Federal (n° 950/2021), também em processo de tramitação, que institui a Semana Nacional de Mobilização, Conscientização e Estímulo à adoção da Campanha contra o Imposto Rosa, a ser celebrada anualmente, na semana que compreender o dia 15 de abril.

O projeto tem o objetivo de defender a ideia de equiparação tributária entre o consumo masculino e feminino. De acordo com o documento, “cumpre salientar que o Imposto Rosa ou pink tax é o custo suplementar estabelecido aos artigos femininos, análogo ao dos homens. Assunto pouco enfrentado, o custo a mais pago pelas mulheres é gritante e merece ser abordado e diminuído.”

Uma das justificativas deste projeto está no fato de as instituições financeiras oferecerem créditos bancários a mulheres com uma taxa de juros mais alta, embora elas sejam minoria nos pedidos de falência e situação de inadimplência.

Caso seja aprovada, a medida irá promover debates, palestras e eventos que visem a demonstrar a importância de políticas públicas e termos voltados a combater a cobrança suplementar estabelecida nos artigos femininos.

 

Igualdade de valores nos produtos

Enquanto estes Projetos de Lei não são aprovados, é importante destacar que não existe uma legislação específica a respeito deste assunto. Por estar tão enraizada no cotidiano de todos, o imposto rosa passa despercebido pelos olhares dos consumidores.

O mercado ainda precisa evoluir muito para que haja um equilíbrio entre ambas as categorias de produtos, mas, até lá, o público feminino precisará fazer as contas para que não haja um impacto tão grande no bolso.

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