Os dividendos pagos pelas empresas são isentos de IR (Imposto de Renda), mas essa realidade pode mudar. Jair Bolsonaro, em campanha pela reeleição, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, propuseram novamente a tributação desses dividendos como forma de custear o Auxílio Brasil de R$600 em 2023. Caso a proposta seja colocada em prática, os gestores, que acompanham de perto o assunto, acreditam que possam ocorrer mudanças na prática de distribuição de parte dos lucros aos acionistas.
Rodrigo Santoro, da Bram, prevê que, em vez das organizações fazerem o pagamento de dividendos aos investidores, provavelmente avaliarão a possibilidade de promover programas de recompra de ações no mercado. Ou seja, o movimento de compra realizado pelas companhias pode gerar um aumento da cotação das ações em Bolsa, e o retorno aos acionistas será por meio de uma valorização induzida dos papéis. Para Rafael Cota Maciel, da Inter Asset, a tendência é que as empresas interrompam ou reduzam a distribuição de dividendos, em detrimento à busca por novas frentes de expansão dos negócios para crescer a operação. A mudança na política de remuneração das empresas, segundo ele, também tende a provocar alterações nas composições das carteiras dos fundos de dividendos do mercado.
Marcio Luis Pereira, responsável pela área de pesquisas de ações da Icatu Vanguarda, acredita que caso a tributação não venha acompanhada de alguma redução na tabela do IR PJ (Pessoa Jurídica), como compensação pela a cobrança do novo imposto, será um desincentivo aos investimentos no mercado de capitais e um cenário nada benéfico para o empresarial brasileiro.
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Fonte: Tributação de dividendos pode levar à maior recompra de ações pelas empresas | Folha de São Paulo
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