A cultura de treinamento no Brasil

É notório o crescimento da competitividade nas empresas. Para termos uma dimensão, só no primeiro semestre de 2018 foram abertas 1,2 milhões de empresas no Brasil (Indicador Serasa Experian de Nascimento de Empresas), o maior número desde o início do indicador (em 2010).

Com esse cenário em mente, podemos afirmar que atualmente o aumento de faturamento das empresas é baseado em diferenciais. Qual o maior diferencial em uma empresa, senão a qualidade de seu produto?

Em um cenário empresarial de concorrência acirrada, é comum a mobilização de profissionais para a construção e planejamento de metas, previsões de receita, custos e outros detalhes. Porém, muitas vezes isso pode acabar gerando stress e cobranças que acabam por comprometer a qualidade final do trabalho, clima organizacional e, por fim, o resultado final esperado – faturamento.

Ocorre que, por maior e mais equipada que uma empresa seja, sem investimentos em treinamento de seus colaboradores, pouco (ou custoso) será o aumento do índice de atendimento com qualidade planejado. Sem treinamento adequado, o lado humano terá um “desespero” por atingir metas traçadas que fará com que haja uma curva descendente de qualidade ao longo do tempo, o que pode culminar em custos devido à frequentes necessidades de trocar de profissionais.

Um relatório da Great Place to Work, que avalia e reconhece as melhores empresas para se trabalhar, aponta os segredos das campeãs que se destacam nacionalmente no que se refere a desenvolver um ambiente de trabalho motivador a seus colaboradores. Dentre eles, as práticas de inspirar, escutar, agradecer, desenvolver, compartilhar e celebrar figuram como pontos cruciais para uma equipe forte e alinhada com a cultura e objetivos organizacionais.

Empresas que reconhecem e valorizam a cultura de treinamento e desenvolvimento (T&D), relatam diversos benefícios como melhor clima organizacional, maior produtividade, eficiência e eficácia crescentes.

Muitas empresas já compreenderam a necessidade do treinamento como caminho facilitador para alcançar mais rapidamente os seus objetivos. No entanto, em relação aos EUA e outros países de grande economia, o Brasil ainda investe consideravelmente menos em treinamento.

Uma pesquisa desenvolvida pela Associação Brasileira de Treinamento (analisando 2017/2018), com 738 empresas mostra que elas investem em média R$788 por funcionário ao ano, enquanto as americanas investem mais de US$1,2 mil por colaborador. Ainda assim, o valor é considerado baixo, frente ao retorno do investimento, observado no EUA.

Um grande “complicador” nesse cenário são os “treinamentos de prateleira”, pois neles não há uma adequação à necessidade do negócio, perfil da equipe e retorno esperado. Não há fórmula mágica, o treinamento necessita de uma série de análises e estudos para ser eficiente e gerar um retorno adequado.

Outro ponto apontado na pesquisa é a disparidade de tempo de treinamento anual recebido. Enquanto no Brasil os colaboradores recebem em média 21h/ano de treinamento, nos Estados Unidos esse número sobe para ao menos 33h/ano. Essa diferença, apesar de parecer pequena, impacta significativamente no desempenho de nossos profissionais, tanto em competências técnicas como em comportamentais.

Ocorre que todos os dias os colaboradores podem contribuir para o crescimento de uma empresa, mas suas decisões dependem da condução eficiente da liderança. Por isso, cada vez mais é investido no treinamento das lideranças.

Os treinamentos voltados para as lideranças, refletem atualmente cerca de 40% das ações de treinamentos do mercado. Isso aponta para a conscientização estratégia da real importância do líder, desde que bem treinado.

Com isso, podemos concluir que, apesar de baixa a aplicabilidade e investimento em treinamento, a cultura de que um profissional bem treinado tem mais motivação, eficiência, eficácia e toma melhores decisões, já está começando a crescer no país. O paradigma já está sendo quebrado, a cultura está sendo mudada, falta-nos contribuir para que isso se expanda de modo que, a criatividade brasileira coloque nosso país em pé de competição com outros maiores. No entanto, isso só acontecerá quando entendermos que treinamento é o maior segredo dos times vencedores.

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