Com o tempo das equipes cada vez mais comprometido, é fundamental investir em soluções que não apenas otimizem processos, mas foquem na geração de valor para as empresas
Observando o fluxo dos uploads das obrigações no site do Sped Contábil (ECD), verificamos que, no último dia do mês de julho do ano passado, cerca de 81 mil empresas deixaram a entrega para o limite do prazo. Pois é, até a conclusão dessa obrigação, exigida pelo Fisco há mais de uma década e que, portanto, deveria estar à mão nos setores tributários das companhias, ainda configura um desafio para muitas equipes.
Essa preocupação com a produtividade dos especialistas em tributos, sempre tão atarefados com as constantes alterações na legislação brasileira, ganha contornos mais preocupantes quando pensamos no futuro que começa a se desenhar para o mundo pós-pandemia, definitivamente alterado pela condição do trabalho remoto e a complexidade da manutenção do foco à distância.
Isso porque, embora seja muito interessante ter a liberdade de se trabalhar de qualquer canto do mundo, não podemos deixar de considerar a realidade de muitas pessoas que, por estarem no ambiente familiar, acabam condensando gestões paralelas do tempo, muitas vezes tendo que gerir simultaneamente a casa, a família e o trabalho.
Por isso, sempre digo que, além dos ganhos financeiros e de processos, é preciso considerar a tecnologia como um vetor de proteção do fator humano, visto que, de funcionários estressados e sobrecarregados entregando relatórios na última hora, o mercado já está cheio.
No caso do dia a dia tributário nas empresas, a tecnologia é hoje utilizada não apenas no monitoramento e aplicação da legislação para garantir a conformidade, mas também em manobras proativas da inteligência artificial de recomendação de novas estratégias para o setor, economizando tempo das equipes e recursos financeiros alocados indevidamente pelas empresas, o que auxilia os especialistas na tomada de decisão nos estudos de BI (business intelligence) fiscal.
Isso porque, num passado não muito distante, o desafio era capturar e armazenar os dados tributários com qualidade e segurança para otimizar processos. Hoje, sob a luz do movimento contábil 4.0, pautado pela automação inteligente, o desafio é transformar esse conteúdo em ativo para gerar valor às companhias. Dito de outra forma, tirar as equipes da tarefa exclusiva de cumprimento de relatórios para dedicá-las aos estudos de melhorias nas estratégias em voga, o que rompe com o padrão estritamente burocrático da atividade, rumo a uma abordagem consultiva.
Dentre as inovações no mercado, destaca-se o uso de soluções inteligentes que simplificam as atividades contábeis, como o registro de pagamentos, envio de declarações e emissão de notas fiscais integrando-os a outros sistemas, como por exemplo, os da Receita Federal, com recomendações preditivas de ações para o setor, evitando que o quadro acima relatado de entrega de obrigações na última hora vire uma constante no planejamento tributário da sua companhia.
Sabemos que, embora os últimos dez anos tenham servido à digitalização do Fisco, não há sinal efetivo de a próxima década estar a serviço da simplificação, o que implica a continuidade do nosso velho companheiro, o Custo Brasil e, consequentemente, no investimento em tecnologias novas como as acima citadas e em treinamentos para as equipes, com foco na manutenção da positividade estratégica do departamento tributário, responsável por distribuir corretamente “a César o que é de César”. Quanto maior a visibilidade dos dados, menor o risco!
Fonte: https://www.deducao.com.br/index.php/bi-tributario-o-algoritmo-a-servico-da-inteligencia-tributaria/
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