Mesmo após a volta gradativa à rotina “normal”, é notável o impacto da pandemia na economia brasileira. A prova disso foi um ano de 2021 quebrando recordes na arrecadação de impostos – considerando o início da série histórica, em 1995 – e um mercado inflacionado, com altas em todos os setores da cadeia produtiva nacional, dividindo opiniões e gerando incertezas em relação a 2022.
Algumas ações foram tomadas para desacelerar a inflação, como a permanência dos subsídios – embora tenham repercutido discursos de cortes por parte do Governo – e a redução em 10% da taxa de impostos para 87% dos bens e serviços importados, mesmo sem o aval do Mercosul. Mas isso não foi o suficiente para garantir que no próximo ano tenhamos algum indício de retomada.
O que se sabe é que a economia brasileira caminha para o seu pior desempenho entre as 20 principais do mundo. Membro do G20 desde 1999, o País ainda não conseguiu conter a disparada de mais de 10% da taxa inflacionária. As empresas precisam se preparar para vivenciar um cenário parecido com o que vivemos neste ano.
Os dois lados da moeda
Por um lado, temos o Ministério da Economia, que recentemente divulgou uma previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Segundo dados, a expectativa é de que o próximo ano seja marcado por um aumento de 2,5% no PIB, podendo variar conforme o fechamento de 2021 – caso a análise para este ano se confirme, o possível aumento de 5,3% proporcionará um carrego aproximado de 1,2% para 2022.
Segundo informações, “a retomada econômica está existindo com a liderança do investimento privado, pavimentando o caminho para a expansão da atividade no longo prazo por meio da ampliação da capacidade produtiva do País com o consequente aumento do emprego, da renda e do consumo futuros.”
Isso demonstra uma certa confiança por parte do governo, tendo em vista que mais ações serão tomadas para manter o equilíbrio das contas públicas e a eficiência dos gastos em diversos setores. Além disso, planeja-se que o investimento privado continue crescendo a passos largos, contribuindo para o desempenho do País.
Em contrapartida, especialistas afirmam que o próximo ano será marcado por muitos desafios, até que a economia possa ser restabelecida e apresente melhoras consideráveis. De acordo com notas divulgadas pela imprensa, a projeção para o PIB do próximo ano não conseguirá guiar uma expansão econômica.
De acordo com o Boletim Macro, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), “olhando à frente, vemos os cenários doméstico e externo mais desafiadores em 2022, o que nos faz esperar que os preços de commodities sigam elevados e a liquidez internacional também permaneça acima da média histórica. Com isso, revisamos para baixo nossas expectativas para a atividade econômica tanto no quarto trimestre de 2021 como em 2022.”
Este também é o posicionamento de algumas instituições financeiras que, recentemente, divulgaram suas previsões para o próximo ano, nas quais citam que haverá uma tendência cada vez maior de redução do PIB, inflação mais alta e juros abusivos.
O que devemos esperar?
Há poucos dias do encerramento do ano, ainda acompanharemos vários capítulos desta novela, mas é fato que as expectativas para 2022 ainda dividem opiniões. São muitos os cenários planejados por empresas, economistas e Ministros, com uma única certeza em comum: todos devemos nos planejar!
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