O surgimento abrupto da maior pandemia dos últimos 100 anos jogou nossas perspectivas em um mar de insegurança nunca visto em nossos tempos. As tentativas de contenção da proliferação do vírus e o alto grau de incerteza sobre com o que exatamente estávamos lidando, impactaram diretamente a economia mundial e, no caso brasileiro, a retração no PIB foi de 4,1% no ano anterior, segundo o IBGE. Voltamos a enfrentar o fantasma da recessão.
No entanto, o Agronegócio brasileiro remou contra essa maré de instabilidade e se destacou, obtendo um respeitável crescimento total de 24,3% em 2020, passando a responder a mais de um quarto do PIB do Brasil, segundo matéria do G1 com base nos dados divulgados pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
Embora o Brasil disponha de fatores naturais que contribuem com esse cenário, quando olhamos pelo retrovisor observamos os diversos desafios e dificuldades superadas no segmento ao longo destes anos e notamos que o bom resultado em pleno período de pandemia não foi um acaso. O aumento de produtividade precisa ser amparado por uma estrutura que garanta os insumos adequados, com a quantidade e qualidade necessárias, adaptada a realidade de cada setor e região, e precisa fundamentalmente das escolhas certas, da visão empreendedora necessária para transformar os resultados técnicos do campo em valor agregado em toda a cadeia produtiva, não apenas alimentando uma parte representativa da população mundial, mas também gerando valor para todos os envolvidos.
Aqui entra a tecnologia. A adoção de instrumentos modernos de gestão tem permitido criar modelos sofisticados de planejamento abrangendo a ampla cadeia produtiva do setor. Da compra de insumos até a comercialização de alimentos, matrizes de planejamento têm permitido o acompanhamento e controle dos investimentos e dos movimentos planejados nas diversas áreas que compreendem as iniciativas das agroindústrias e demais empresas do segmento.
Os desafios são relevantes: as barreiras fitossanitárias, as regras tributárias, as questões regulatórias do setor, os efeitos da globalização, as variantes climáticas, a mudança no perfil de consumo e a suscetibilidade à dinâmica global de uma era marcada por mudanças constantes, tornam cada vez mais complexo o processo de tomada de decisão. É necessário: O Agro precisa ser cada vez mais tech.
Para apoiar este processo decisório, as empresas têm avançado no conceito de projeção de cenários através de ferramentas modernas que avançam alguns passos à frente do processo de planejamento tradicional, montando mecanismos de simulação baseados nos principais fatores de impacto dos resultados, abrangendo todo o ciclo da cadeia produtiva e demonstrando para cada cenário qual o resultado esperado. Estas ferramentas são estrategicamente importantes para muitas empresas do agronegócio, a exemplo das cooperativas, que possuem múltiplos negócios inter-relacionados, da comercialização de grão a industrialização e fomento, onde as escolhas precisam ser feitas com o objetivo de encontrar um ponto de equilíbrio viável entre todos os negócios, ou a identificação de ações de mitigação em determinado setor.
As ferramentas de projeção baseadas no próprio processo de planejamento não são novas, mas passam a ser mais adotadas em função da dinâmica dos mercados e dos fatores que têm facilitado seu acesso, a exemplo das aplicações em nuvem (Cloud), que têm permitido cada vez mais empresas terem acesso a custos menores.
As perspectivas do agronegócio brasileiro são muito favoráveis, mas o processo de tomada de decisão se torna cada mais complexo e de maior impacto. Adotar instrumentos que ajudem a projetar e analisar antecipadamente o resultado de suas decisões é, certamente, uma das primeiras escolhas a se fazer. A tecnologia é a maior aliada para que os resultados apresentados pelo setor em 2020 sigam em trajetória ascendente.
Fonte: https://www.ninecon.com.br/agronegocio-cada-vez-mais-tech/
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