O ritmo com que começamos 2021 sugere que, do ponto de vista fiscal, a pandemia já passou, uma vez que, além de não contarmos com grandes incentivos relacionados a pacotes emergenciais, pelo menos por enquanto, precisarmos adaptar nosso planejamento orçamentário ao aumento expressivo na carga tributária atual.
Vamos aos números. Nosso país encerrou o ano de 2020 com o índice inédito de queda de 17,85% na arrecadação tributária em relação ao período anterior, de acordo com o acompanhamento realizado pelo Impostômetro.
Essa redução está diretamente relacionada com a crise instaurada pela pandemia, que impactou todas as verticais do mercado e, consequentemente, o poder aquisitivo dos cidadãos.
Apenas em janeiro, mês tradicionalmente mais fraco no comércio por conta das férias e de compromissos como o IPVA e IPTU, iniciamos os trabalhos com a formalização do pacote de ajustes fiscais previsto pelo governo estadual para mitigar o déficit de R$10,4 bi nos cofres públicos, o qual focou justamente na suspensão de subsídios tributários de ICMS para categorias sensíveis à sociedade, como os itens da cesta básica e de saúde, além de não-essenciais, como carros novos e usados, gerando uma onda de protestos de diversas entidades representativas desses setores.
Como já sabemos, o aumento da tributação sobre itens essenciais de consumo vai pesar mais no bolso dos contribuintes que possuem menos recursos, que já amargam o aumento recorde de 4,52% da inflação impulsionada pela disparada no valor dos alimentos.
Não vai sobrar dinheiro para esbanjar e, consequentemente, a retomada dos negócios para esse ano poderá ser lenta.
Com o aumento de tributos indiretos sobre o consumo como PIS, COFINS e ICMS, podemos projetar o impacto também em uma categoria importante do início do ano: os materiais escolares, cuja tributação chega a dobrar o valor final de itens básicos como caneta, cola e apontador.
Fonte: https://www.jornalcontabil.com.br/quais-os-impactos-dos-pacotes-de-ajustes-fiscais-nos-caixas-das-empresas-em-2021/
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