As demonstrações contábeis são elementos fundamentais na tomada de decisão, afinal, nenhum gestor consegue elaborar estratégias, antever obstáculos ou planejar o futuro sem ter como base informações confiáveis e seguras. No Brasil, a preocupação com a esfera contábil e financeira deve ser ainda maior, já que, além de contarmos com uma complexa legislação tributária, ainda precisamos lidar com uma série de riscos, comuns em qualquer tipo de negócio.
São diversas demonstrações que precisam ser levantadas pela contabilidade, sejam elas direcionadas ao cumprimento das obrigações fiscais, ou, simplesmente, elaboradas exclusivamente para obter informações sobre o patrimônio e da saúde financeira da empresa. Acontece que, em muitos casos, principalmente quando falamos das PMEs, os gestores costumam negligenciar essa rica fonte de informações, achando se tratar de uma tarefa burocrática, e não uma necessidade “fisiológica” do negócio.
Por isso, resolvemos elaborar um guia básico com algumas demonstrações contábeis que todo gestor deve ficar atento. Confira!
Balanço Patrimonial (BP)
Podemos falar que o Balanço Patrimonial é a primeira demonstração contábil, uma vez que ele mostra a situação financeira e patrimonial de uma entidade em uma determinada data. Basicamente, o BP irá discriminar todos os Ativos da empresa, isto é, os seus bens e direitos (como títulos a receber, clientes a pagar), o Passivo, que são as obrigações e exigibilidades da empresa (como contas a pagar e impostos a pagar), além, é claro, do Patrimônio Líquido, que envolve desde o Capital Social da empresa, até o registro de prejuízos acumulados e reservas constituídas.
Há uma fórmula básica para a elaboração do Balanço Patrimonial, que é fundamentada na equação fundamental da contabilidade. Para todo crédito, há um débito correspondente, e vice-versa. Portanto, se Patrimônio Líquido e Passivo representam créditos e o Ativo, por outro lado, os débitos, temos que: Ativos = Patrimônio Líquido + Passivos; ou Patrimônio Líquido = Ativos – Passivos.
Demonstrações do Resultado do Exercício (DRE)
Se, por um lado, o BP é uma demonstração estática, isto é, representa uma “fotografia” do patrimônio em um determinado período, as Demonstrações do Resultado do Exercício são mais dinâmicas, uma vez que envolvem as contas de resultado (receitas e despesas). Basicamente, as DRE são destinadas para evidenciar a formação do resultado líquido do exercício (lucros ou prejuízos acumulados), diante do confronto direto entre as receitas e as despesas.
Esse tipo de informação é fundamental para o cumprimento correto de obrigações fiscais e, por esse motivo, costuma ser elaboradas mensalmente para que a administração consiga coletar informações relevantes acerca das suas atividades. Em outras palavras, apesar de serem importantes para o pagamento de tributos, também podem ser usadas como indicadores de auxílio na tomada de decisões financeiras e possiveis distribuição de dividendos intermediários.
Demonstrações de Fluxos de Caixa (DFC)
As Demonstrações de Fluxos de Caixa, peça fundamenltal para uma boa admiistração, por outro lado, se contrapõem diretamente à DRE. Enquanto que, no último caso, as demonstrações e informações são levantadas de acordo com o regime de Competência, isto é, todas as receitas e despesas são absorvidas pela contabilidade no momento em que foram geradas, independente do recebimento ou pagamento, nas DFCs iremos considerar essas receitas e despesas apenas no momento do seu recebimento ou pagamento.
Esse tipo de demonstração tem como objetivo exclusivo mostrar as movimentações das disponibilidades e o fluxo de caixa em um determinado período, ajudando o gestor a avaliar a capacidade de gerar fluxos de caixa líquidos positivos. Em vez de nos apoiarmos nos critérios fiscais — mais ligados ao fato gerador — estaríamos nos apoiando em critérios mais práticos, visto que só iremos considerar aquilo que a empresa já recebeu ou pagou na data de averiguação.
Outras demonstrações
Apesar das informações listadas anteriormente serem as mais utilizadas para a tomada de decisões, além de serem, evidentemente, muito simples de serem elaboradas, existem ainda outras demonstrações contábeis que também precisam de alguma atenção do gestor. A começar pela Demonstração de Valor Adicionado (DVA), introduzida pela lei nº 11.638, de 1997, que tem como objetivo informar os stakeholders da organização (acionistas, governo, funcionários, etc.) a respeito da riqueza gerada por ela em determinado período.
Além disso, existem ainda as Demonstrações de Mutações no Patrimônio Líquido (DMPL) e as Demonstrações de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA). Apesar de as DMPL serem mais completas, a Lei das Sociedade por Ações obriga apenas a demonstração DLPA. Basicamente, as DMPL evidenciam quaisquer mutações no patrimônio líquido (como incorporações de capital, ajustes, dividendos, dentre outros), enquanto que as DLPAs mostram se houve lucro ou prejuízo acumulado em determinado período.
E então, já está se sentindo mais seguro a respeito da contabilidade? Pronto para usar essas informações? Confira mais dicas no nosso blog!
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